domingo, 16 de janeiro de 2011

NONO TRECHO - SALTA - CORRIENTES - O CHACO ARGENTINO






Este post será curto.
Dezesseis de janeiro de 2011. Domingão do Faustão, mas não aqui na Argentina total.
Nono trecho comprido. O mais comprido da viagem. Cerca de oitocentos km. De Salta a Corrientes. E com tempo bom, o que é ruim. É que o trecho é daquela famosa travessia do Chaco Argentino, sobre a qual escrevi no post do quinto trecho. Com tempo bom, calor inevitável.
De Salta a Corrientes foi verdadeiramente um pé no Chaco.
Se a temperatura em Corrientes estava 19° Celsius, quando saímos às sete da manhã, ela logo começou a subir. No início do Chaco, em Joaquim V. (V?) Gonzalez – duzentos e dezoito km rodados – antes das nove, a temperatura estava acima de trinta graus.
E continuou a subir. Às 11 da manhã, trinta e sete graus. Ao meio-dia chegou a quarenta graus. Ali ficou muito tempo e na parada em Pampa de Los Infiernos (belo nome...) – 560 km rodados – a temperatura era de quarenta e dois graus. Rodamos muchos km nessa temperatura. A Ju fotografou para comprovar.
Para ajudar me deu dor de barriga. Com aquele calor, fraquejei tanto que acabei dormindo em uma das paradas.
Nova parada em Presidência Roque Sainz Peña – 640 km rodados – uma das opções de pouso, descartada. Parece que a cidade não tem nada de interessante – um bom restaurante, por exemplo. Às 16:20h., 40° Celsius.
Rodamos o tempo todo no Chaco com 40/42°. E nos disseram que chega a cinquenta – ou seja, para os padrões locais, a temperatura estava amena.
No meio dos meus delírios tocando a moto, pensei porque existiram pessoas – os Defensores Del Chaco – que lutaram por esta porcaria.
O Chaco é isso. Mato e calor, entremeado de cidadezinhas com nomes apropriados para o local: como Rio Muerto, por exemplo.
Depois das cinco da tarde, a temperatura finalmente amainou. Ficou entre... 39 e 40 graus. Mais para o último. Aí, às cinco e meia, realmente baixou para trinta e nove. Bem agradável, com as roupas de cordura.
A chegada a Corrientes, no bom hotel Guarany – ótima relação custo/benefício (duzentos e sessenta pesos o casal – no Brasil, um hotel dessa qualidade custa no mínimo o dobro) se deu às 18:50hs. A temperatura, enfim, estava agradável: 37,5°. Agradável para tomar uma Quilmes beeemmmmm gelada, que é justamente o que estamos fazendo agora – depois de um bom banho frio, é claro.
Oitocentos e dezoito km rodados, na minha mais desgastante viagem de moto. É, Nery, meu capitão, o deserto vai pegar!! Ainda bem que a gente vai em setembro!
No mais, quem for passar pelo Chaco, não se esqueça: além do calor insuportável (mas nós suportamos... pensava na Quilmes gelada para me estimular), tem as armadilhas caça-níqueis das coletoras de Presidência Roque Saenz Peña e Resistência.
Sobre as coletoras – marginais para motos e bicicletas, ao lado da rodovia – penso que as autoridades não estão nem aí para a segurança dos motociclistas. Se estivessem, não permitiriam o desfile de motos de todos os tipos, com condutores sem o “casco” (o capacete deles...) e cheias de gente – papai, mamãe, filhinha e nenê. Essa história de jogar as motos grandes como as nossas para uma pista lateral, mal sinalizada, onde trafegam lambretas e bicicletas, é uma oportunidade de ouro para policiais corruptos pedirem propina para não aplicarem multas. Nós não caímos nessa, mas muitos motociclistas brasileiros foram pegos.
Não se esqueçam: quem viajar de moto pelo Chaco – Ruta 16 –, além do calor, deve tomar cuidado com as coletoras de Presidência Roque Saenz Peña e de Resistência. Um Chaco.
Acabou. Não foi tão curto assim...
Fotos com a Ju. Do termômetro da moto, da hacienda de gado gigantesca perto de Joaquim V. (V?) Gonzalez e de um trecho da estrada do Chaco - a Ruta 16. E tudo mais que ela quiser. Mas as fotos não são muitas, porque ela estava entorpecida pelo calor. Como todos.Também peguei uma emprestada, da placa indicativa de Pampa dos Infiernos.
Amanhã, vamos para Assuncion. Sem hora para sair, porque o trecho é bem mais curto e mais suave. Aliás, tudo é mais suave do que o calor do Chaco.
Abraços e beijos. Toni.

3 comentários:

  1. Olá...
    Comentário apenas para uma informação: segundo a Wikipedia o V de Joaquim V Gonzales significa Victor. O sujeito nasceu em 1863, foi educador, cientista político, escritor, magistrado e político.
    Bom retorno a todos.
    Muito interessante acompanhar a viagem de vocês.
    Abs
    Marlene

    ResponderExcluir
  2. Olá Marião/Ju/Otavio/Inha,

    Grande viagem, ao que parece é daquelas pra ter muitas histórias.O calor nessa região não é fácil. Eu tb penei quando passei por ai. Tem momentos que parece que não vamos aguentar. Calor semehante, só passei no deserto do Arizona! Boa viagem! Silvio Crotti

    ResponderExcluir
  3. Queridos primos, a cd dia uma emoção diferente,mais o mais importante é curtir cd momento,pois não voltam mais e ficam na lembrança para sempre.Bom como o retor esta chegando vou postar um alerta . A chuva tem castigado muito nosso estado e as estradas estão perigosos .Qdo der olhe site climatempo,pois tem caido muita chuva em todo estado.
    beijos saudades,

    neto e Ana

    ResponderExcluir