quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

De Santiago a Mendoza - postado por Toni




De Santiago a Mendoza seria um passeio. Só 370 km. Para quem está rodando em média seiscentos por dia, um nada. Náo foi bem assim. Saímos de Santiago ontem, terÇa, 19 de janeiro, por volta de onze horas. Saida complicada, porque a cidade é grande. Depois de algumas voltas, pista. Pista boa, dupla, bom asfalto. Tudo confirmando a previsáo de passeio. E foi mesmo. Mas um passeio cansativo! Porque depois a pista dupla virou pista simples. Porque cruzamos os Andes pelo túnel Cristo Redentor. Altitude da aduana conjunta Chile-Argentina: 2.800mts. Curvas e mais curvas. Vejam na foto (que náo é de minha autoria, mas de um ilustre desconhecido que a postou na net...)


E a ruta está em obras. Como se diz aqui "obra em construcion" - o que é meio redundante no Brasil... Paramos em Portillo - uma estaÇáo de esqui muito famosa do Chile - para almoÇar e ver o lindo lago onde o hotel no local foi construído. O lago é realmente de babar! Vejam na foto (mais uma copiada da Net, pq o computador do Otávio pifou...)
Depois de Portillo, os primeiros procedimentos aduaneiros: um papelzinho entregue em um posto de guarda do Chile, para ser novamente entregue, cheio de carimbos, do outro lado - o da Argentina. E em seguida o famoso e já referido tunel Cristo Redentor - famoso náo pela extensáo (três km e pouco), mas porque corta os Andes! Aqui uma foto do túnel, tb roubada da Net.

Atravessamos, com os caminhóes babando em nossas nucas. Pouco mais à frente, chegamos à Aduana conjunta. Aí, "cola" (a fila deles...) de duas horas, para os argentinos e chilenos baterem náo sei quantos carimbos em nossos passaportes e permitirem a passagem. Puro exercício de poder, sem o menor sentido. Se eu quisesse passar com o Piñeda no baú da moto, passava. É evidente que em um lugar táo turístico, os procedimentos deveriam ser modernizados. Azar deles, porque acabam por perder uma boa parte da movimentaÇáo turística. Falta profissionalismo, esta é que é a verdade. Bom,depois das duas horas, saímos e entregamos em "Las Vacas" (acho que é esse o nome da cidade) o tal papel que tinhamos pegado na primeira barreira do Chile - lembram-se? Tínhamos tudo para perdê-lo, mas o papelzinho, milagrosamente, ficou em nossas máos. O do argentino que estava à nossa frente, infelizmente - para ele - náo. E o coitado teve que parar o "coche" para tentar convencer os nobres oficiais da aduana argentina que náo era clandestino e que o vento andino levou o papelucho. Espero que tenha conseguido, porque náo ficamos para ver o resultado. Mais cento e noventa km até Mendoza, entre montanhas e mais montanhas e ao lado de um vale bárbaro - o maior que vi em minha vida. Um leito de rio que náo está mais lá. Bordas de mais de sessenta metros de altura. Lá em baixo corre um riozinho só para lembrar que ali havia um mar de água milhares de anos atrás. O rio que "desidrata, se consome, morre encharcado de sede e empazinado de fome. Mas que mesmo assim ainda corre!" Evidentemente náo fui eu quem escreveu isso. O verso é cantado pelo Pereira da Viola, um senhor violeiro das Minas Gerais (Epa! Referência típica de quem já está morrendo de saudades de casa! Casa, no caso, o Brasil! Mas eu estou com saudades das duas: do Brasil e da minha! Principalmente dos meus filhos amados!). Bom, montanha, mais montanha, mais montanha... E caminhóes. E coches. E falta de lugar para ultrapassar. Resultado, apesar de linda, maravilhosa - até com direito a uma vista do Aconcágua, a montanha da primeira foto do post - a estrada cansou. Chegamos às proximidades de Mendoza literalmente esgotados e com dores naqueles músculos que a gente nem sabe que existem e que só toma conhecimento deles quando reclamam. Eu percebi ontem a presenÇa de um certo músculo localizado na parte anterior da coxa esquerda, nas proximidades da bunda, que náo sabia que existia. Muito prazer, señor músculito!Para finalizar, saímos do frio e chegamos no calor. Nove da noite em Mendoza e o termômetro da moto marcava trinta e dois graus. E foi isso. O dia inteiro viajando para fazer só trezentos e setenta km. Exaustivo. Mas valeu! Acho que vi as paisagens mais impressionantes da minha vida e, de moto, eu me sentia integrado nela. O mais legal de viajar de moto é isso: a gente faz parte da paisagem. Acho que já escrevi isso, mas e daí! Por fim, apesar do cansaÇo, ficamos felizes. Porque valeu fazer cada curva da subida para Portillo! Como valeu se embebedar de cada cor das montanhas, na descida da Aduana para Mendoza. Como disse o Otávio - náo exatamente com essas palavras - cada momento da viagem é absolutamente inesquecível e marcante. Ontem foram acrescentados mais alguns desses momentos únicos à nossa coleÇáo. Abreijos a todos.

6 comentários:

  1. Não tem coisa mais gostosa do que ler essas aventuras à noite, por isso, chô cansaço!! e tratem de contar tudinho.Parece até que a gente tá viajando junto....bjs, Suelena

    ResponderExcluir
  2. Estou de férias, emendadas após o nosso vergonhoso recesso, e somente agora ( e somente por isso ) consegui ler todos os registros da 'vossa' viagem ( usei esse pronome porque acabei de escrever um email para a Maria José para saber para quando minha defesa será marcada, ai, ai ). Enfim, achei um máximo a sua viagem!!!!
    Quem sabe um dia... Talvez aos cinquenta.
    Bom, a leitura do blog me fez lembrar de uma viagem que fiz a Europa, há alguns anos, de mochila. Sem roteiro, sem reservas, sem praticamente nada. Só algumas roupas amarrotadas na mochila e meu secador ( viu, Ju, preferi repetir as roupas a abandonar o meu fiel amigo,hehhe ). De certo, só que sairiamos de Roma e teriamos que estar em Istambul vinte dias depois para pegar o avião de retorno. Incrível como tudo deu certo, assim como está acontecendo com voces. Acho que como a sorte sempre me acompanha acabo nunca criando juízo....
    Ah, só para causar 'inveja' a voces, também estou em meio a uma aventura: estou tentando tirar as fraldas da Nicole nesses ultimos dias de férias que me restam. Muitas emoções e, graças a Deus, poucos acidentes de percurso...
    Abreijos para voces quatro

    ResponderExcluir
  3. Olá amigos,

    O que realmente impressiona em Mendoza é pensar que toda a cidade foi "roubada" ao deserto, assim como os famosos vinhedos que se desenvolvem em redor, lado a lado com campos cheios de poços de petróleo. Chove pouco, mesmo muito pouco em Mendoza. Daí que as ruas estejam carregadas de árvores, para criar muitas sombras e para reduzir um pouco a temperatura ambiente ao nível do solo. E as ruas estão também todas rasgadas por canais, nuns casos imperceptíveis, mas noutros perfeitamente evidentes, que servem para aproveitar toda a água das chuvas. Impressionante, mas não chega para fazer da cidade uma cidade bela, mesmo que até possamos dizer que é uma bela cidade.

    Abraço,

    Alexandre Correia

    ResponderExcluir
  4. Nada que um bom vinho não cure !!! abraços ( Fabio e Cintia )

    ResponderExcluir
  5. Oi Ju , Mario, Otávio e Inha.
    Todas as noites, quando damos as mãos para rezar, a Ana diz:
    Jesus protegei a minha mãe, meu pai, o Otávio e a Inha que estão nas estradas, protegei meus familiares, meus cachorros e meu gato.
    Graças a Deus estão todos protegidos.
    Fico feliz.
    Ju como está a previsão de volta? Preciso me programar.
    Bem, o contrato é de 26 a 26, por isso digo, que se voltarem antes, vocês é que resolveram, contrato é contrato kikikiki.
    O Alê me ligou para convidar a Ana para um almoço na casa de um amigo para os pais americanos dele, no sábado , e eu quero saber sua volta para ver se fico em Cps ou se volto.
    Beijos Boa viagem.
    Ana Eliza

    ResponderExcluir
  6. Queridos amigos e amadas meninas, a viagem está sendo demais, estamos adorando participar, parabéns...

    Saudades sempre e muito sucesso, bjs boa viagem Raquel

    ResponderExcluir