terça-feira, 26 de janeiro de 2010

FINAL DA VIAGEM - 2ª parte - de Ijuí a Curitiba - postado por Toni


No sábado, rodamos quase oitocentos quilômetros. Se fosse para resumir a viagem, diria que foi desgastante. Saímos de Ijuí por volta de dez e meia da manhã, depois de feita a checagem dos pneus pelo Chicão - o mecânico da Honda local. Saímos mais tranquilos porque apesar de já bem gasto, o pneu traseiro tinha condições de fazer a viagem. Pretendia tocar até Registro, já em São Paulo. Ia dar mais ou menos mil km. Não deu. Não deu porque as estradas de pista simples do Brasil são bem piores do que as da Argentina. É um sobe e desce, nunca aparece, esburacado e cheio de caminhões. A gente acaba não tendo muitos pontos de ultrapassagem. Aí, a tocada não é "limpa". É um acelera, ultrapassa e diminui para outra ultrapassagem. Muitos caminhões! E soja (transgênica, acha a Ju) para todos os lados da pista. E assim foi até Vacaria, cerca de trezentos e quarenta km de Ijuí, onde saímos da BR 285 e pegamos a famosa BR 116. O trecho demorou. Mais de quatro desgastantes horas. Ameaçou chover e nós paramos para colocar os forros das jaquetas. Foi só fazer isso e a chuva automaticamente se transportou para o outro lado do Estado. Aí, quase em Vacaria, eu já não aguentava mais de tanto calor. Parei no acostamento mesmo, perto de um pedágio, para retirar o tal do forro. Aproveitamos ainda para comer uma bananinha - adquirida de um vendedor de frutas que encontramos à beira da estrada -, o que evitou as cãibras que começavam a dar as caras.
Bom, quando peguei a 116, pensei que ia andar mais. Mas que estupidez a minha! Não andava nada. Cheia de caminhões (parece que todos resolveram subir a BR na tarde de sábado...) e de operadores de "pare-siga", porque a estrada está sendo toda remendada. Duplicar que é bom e necessário, nada... Para melhorar, começou a chover forte. Tivemos que parar mais uma vez no acostamento para colocar os forros das jaquetas e aí perdemos a ultrapassagem feita em cima de uns dez caminhões. Começar tudo de novo... Desanimador. Em Santa Catarina, a viagem foi toda assim. Em um determinado momento, paramos em um posto de gasolina que não tinha nem água à venda, porque a Ju não aguentava mais. E eu também não. Quando saímos de Santa Catarina - da fronteira com o Rio Grande do Sul, abaixo de Lages, até a fronteira com o Paraná, em Mafra, são mais ou menos uns trezentos km - a estrada melhorou e nosso ânimo também. Já era mais de sete horas da tarde e chegar em Registro estava totalmente descartado. Queria, ao menos, chegar em Curitiba - mais cento e vinte km de estrada. Animei a Ju com a idéia de irmos comer um "mareco (com um "erre" só por causa do sotaque alemon...) com repolho roxo" no "Cantinho do Eisbein" - o melhor restaurante alemão de Curitiba. Ela topou na hora e aí, com um maior número de trechos de faixa auxiliar e um menor número de caminhões, pouco depois das nove da noite entramos na cidade. Isso, logo depois de presenciarmos um apagão que deixou tudo às escuras. Sorte que a luz voltou cerca de quinze minutos antes de nossa chegada, senão ficaria tudo mais difícil. Em Curitiba, o GPS do celular da Ju começou a funcionar - muito embora só indicasse mais ou menos a direção e a distância do destino (no caso, o restaurante, porque certamente ele fecharia se passássemos antes no hotel que ainda tínhamos que procurar por falta de reserva...). E nas vias expressas da cidade o GPS foi indicando três km, depois dois e meio, está esquentando, esquentando... Aí começou a esfriar! A distância passou a aumentar novamente. Acabamos por conseguir um motorista que disse que ia para um shopping nas proximidades, ao qual seguimos até bem próximo do restaurante. Chegamos lá por volta de nove e meia, com setecentos e noventa e seis km rodados. E uma surpresa bem agradável, para compensar o desgaste da viagem: lá estava o Egon, o dono do restaurante, que também é motociclista.
Também estava lá um motociclista CDF (com mais de uma tocada superior a mil km) que tinha uma moto igual à minha. O Egon, além de nos servir um excelente "mareco com repolho roxo", umas ótimas entradas e dois chopes bem geladinhos, ainda nos mostrou a sua GS - acho que ano 99 - extremamente bem conservada e com quilometragem menor do que a da minha que tem seis meses de "vida". É a moto da foto maior. Para finalizar, o Egon nos levou até um ótimo hotel nas proximidades - da rede Mercure - onde ainda tive a oportunidade de cumprimentar o Antonio Lopes (que saía do local) pelo título de 2005 do "Todo Poderoso Timão"! Em seguida, banho e desmaio na cama para a tocada final do dia seguinte - com tempo de ver o Larry e a Lucy. A tocada final eu descrevo na parte três. Abreijos. Toni. P.S. Vocês viram a quantidade de estrelas da Quatro-Rodas que o restaurante do Egon tem? Todo ano ele ganhou uma estrela, desde mil novecentos e noventa e tanto. Até 2010! No século vinte e um não falhou um ano! Mas ele merece, porque a comida é mesmo excelente!!!!!

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